Bem, vamos junto com Pondé e assumir que é possível medir a musculatura de uma vida em sociedade através da
veiculação de publicidades e propagandas. Mas feito isso, ainda resta a
seguinte questão: como as pessoas devem lidar com os excessos da propaganda? Dá
uma olhada na publicidade dessa singela sandalinha da Xuxa... E
aí, como você reagiria se a sua filha, a sua irmãzinha ou até mesmo o seu
irmãozinho se sentisse excitado pela simulação de orgasmo aderisse à causa da
sandália? Você processaria a Xuxa? Iria brigar com o Governo? Ou assumiria a
responsabilidade por ter deixado a pequena ser educada pela TV? Delicado, né?
PUBLICIDADE E ENCANTAMENTO
Bem, como o
nosso tema é bem forte, nós vamos dividir a leitura do enunciado em duas partes
para melhor compreendê-lo. A UNESP, com a sua sofisticação de sempre, resolveu
tratar dos impactos sociais da publicidade. Vamos ao enunciado da questão
57 da prova da UNESP realizada em 15/05/16.
Como você
deve notar, se trata de um enunciado consistente que exige muita concentração para
que você compreenda as condições econômicas desenvolvem estímulos de nível
afetivo e simbólico. Ou seja, numa leitura mais imediata: a nossa posição
social envolve alguma coisa como status e prestígio. E quando a pessoa descobre o mecanismo, ela não vai querer ficar
de fora, né?
Bem, vamos
voltar ao enunciado. Como se vê, a autora trata de esclarecer
o funcionamento do discurso publicitário: ele é construído de maneira a ser
persuasivo, convincente, sempre positivo e transparente para que a mercadoria seja
capaz de encarnar os mais quentes e íntimos desejos de seus consumidores.
Dessa
forma, a alternativa correta é a “LETRA C” que traduz o enunciado ao reconhecer
que a principal função da estética, da linguagem publicitária é comunicar, é suscitar,
é prometer ascensão, aceitação e status sociais através do consumo. Vejamos as
outras alternativas:
ü A “LETRA A” é uma asserção típica de pessoas
que demonizam a publicidade e acreditam que só os pedagogos são capazes de
salvar o mundo, o que, convenhamos, nunca foi verdade;
ü A “LETRA B” é o teu canto de sereia: é
provável que você já esteja viciado em questões frankfurtianas! Calma e perceba
que a questão exige que você reconheça a função da estética publicitária;
ü A “LETRA D” está completamente fora de
contexto, afinal o enunciado te diz que a linguagem publicitária opera no nível
da alienação, e não no nível do esclarecimento;
ü A “LETRA E” diz o oposto do enunciado,
certo? Afinal, a partir da lógica do enunciado, quanto mais a publicidade jogar
com os estereótipos, maior serão as suas chances de êxito, não?
FETICHE É MOEDA
Como se vê,
a UNESP gosta de trabalhar com textos que jogam com as nossas condições
emocionais e psicológicas. Isso mesmo, é bastante comum vocês encontrarem
citações que abordam como a economia, a publicidade e a ciência demonstram como
muitos de nossos comportamentos podem ser motivados por questões afetivas, emocionais
e psicológicas, isto é, nem sempre são motivos racionais.
Agora, para
encerrar, talvez seja interessante voltar às questões iniciais: o que fazer frente
aos excessos da publicidade? Bem, a resposta não seria fácil e nem simples, mas
talvez seja válido, antes de tudo, considerar que, muitas vezes, o problema não
é a publicidade em si, mas os fatores humanos por trás dela. Portanto, antes de
criticar qualquer publicidade, lembre-se que você é responsável por aquilo que
você consome. O que nos
resta é, portanto, divulgar o nosso canal: mantenha contato, mande suas dúvidas
e abraços!
Abraços e
até a próxima!
Profábio
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