segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ROMA na FUVEST de 2016


Mais uma vez, vamos de história antiga na FUVEST. Conforme já vimos em aula anterior, a FUVEST opta por trabalhar pontos tradicionais da história, a exemplo dos aspectos da democracia ateniense ou, como veremos hoje, as características do imperialismo romano. E, claro, a nossa referência fílmica não podia ser outra: a série Roma, produzida pela HBO entre 2005 e 2007.

TODOS CAMINHOS LEVAM À ROMA
Em seu auge, o império romano chegou a dominar territórios que iam da atual Inglaterra até a atual Síria margeando a costa norte do continente africano. E, de acordo com o historiador francês Paul Veyne na famosa coleção “História da vida privada”, esse vasto império era bilíngue, sendo o latim a língua dos poderes públicos, do comércio e da cultura no lado ocidental. Na metade oriental, a língua predominante era o grego, afinal a civilização romana se heleniza à medida que avança rumo ao Oriente, certo?
Veyne considera que no primeiro século cristão, a sua população girava entre 50 e 100 milhões de pessoas, sendo que a capital, Roma, teria cerca de 700 mil pessoas, sendo 10% delas escravas. Para se ter uma ideia da geopolítica do império, a velocidade das viagens terrestres era de trinta a sessenta quilômetros por dia, exceto para os correios oficias que chegavam a 150 quilômetros por dia. No mar, dependendo dos ventos, seria possível ir de Roma à Síria em quinze dias. Agora, se a pergunta é como os romanos construíram um império dessa grandeza, dá uma olhada nessa reconstituição produzida pela HBO. 
Agora, fiquem atentos, pois o centurião apita e gira a cabeça a fim de sinalizar aos legionários o revezamento na batalha. Assim, os homens que estão descansados, protegidos dentro do batalhão e, digamos, inspirados pelo espírito de Dionísio, isto é, de um bom vinho, tomariam a frente de batalha para impor a derrota ao inimigo. Nesse caso, seriam os Asterix e Obelix do atual norte da França.

É, você deve ter percebido que o espírito de corpo não era somente uma questão de disciplina militar, mas também era uma questão de honra e de caráter cívico a um bom cidadão romano. Claro, se o Pullo não for crucificado, no mínimo vai tomar umas boas chicotadas... Mas o que importa para nós, é como essa abertura dialoga com a questão 76 da FUVEST DE 2016. Vamos ao enunciado.
Nesse caso, a FUVEST nos poupou de citações e foi tão pragmática quanto o espírito romano na busca da identificação dos custos da máquina pública romana. Então, vejamos as alternativas:
A LETRA A não responde a questão por um motivo muito simples: “patrícios” é uma categoria utilizada para designar os bem nascidos, aquelas pessoas que ou tinham terra, ou tinham sobrenome ou ambos;
A LETRA B está fora de cogitação: no mundo antigo, a tal assistência e previdência ficavam por conta das famílias. Portanto, um bom romano tratava de arrumar um bom casamento, com pessoas de sobrenome de reputação...
A LETRA C vai na contramão da história: os romanos eram muito eficientes na tributação direta e indireta dos impostos. À medida que o império se expande, ele promovia constantes recenseamentos e contratavam os chamados “públicos”, funcionários responsáveis pela coleta dos impostos ligados às propriedades fundiárias, atividades comerciais, casamentos, transportes, correios, enfim... tudo era taxado.
A LETRA D... Bem, convenhamos, está completamente fora de cogitação, afinal o Estado Romano sequer conhecia a ideia de welfare state!
A LETRA E está correta, afinal, além de geniais na metalurgia, no Direito, na latinização dos povos, os romanos também foram geniais na administração pública que garantiu a solidez da Pax Romana. Vamos voltar à série Roma e ver como isso começava;

PAX ROMANA
A série “Roma”, da HBO, durou duas temporadas e reconstitui os eventos desde a crise da República até a chegada de Otávio Augusto ao poder e o início do Império. Sim, vale assistir, afinal há momentos de requinte na reconstrução de eventos como o relacionamento de Marco Antônio com Cleópatra e o assassinato de César. Além disso, você terá um excelente retrato da paisagem urbana do mundo romano.
No mais, esperamos que tenham conhecido um pouco mais de Roma e fiquem conosco.

Abraços e até a próxima!

Profábio

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