Mais uma
vez, vamos de história antiga na FUVEST. Conforme já vimos em aula anterior, a
FUVEST opta por trabalhar pontos tradicionais da história, a exemplo dos
aspectos da democracia ateniense ou, como veremos hoje, as características do
imperialismo romano. E, claro, a nossa referência fílmica não podia ser outra: a
série Roma, produzida pela HBO entre 2005 e 2007.
TODOS CAMINHOS LEVAM À ROMA
Em seu auge, o império romano chegou a
dominar territórios que iam da atual Inglaterra até a atual Síria margeando a
costa norte do continente africano. E, de acordo com o historiador francês Paul
Veyne na famosa coleção “História da vida privada”, esse vasto império era bilíngue,
sendo o latim a língua dos poderes públicos, do comércio e da cultura no lado
ocidental. Na metade oriental, a língua predominante era o grego, afinal a
civilização romana se heleniza à medida que avança rumo ao Oriente, certo?
Veyne
considera que no primeiro século cristão, a sua população girava entre 50 e 100
milhões de pessoas, sendo que a capital, Roma, teria cerca de 700 mil pessoas,
sendo 10% delas escravas. Para se ter uma ideia da geopolítica do império, a
velocidade das viagens terrestres era de trinta a sessenta quilômetros por dia,
exceto para os correios oficias que chegavam a 150 quilômetros por dia. No mar,
dependendo dos ventos, seria possível ir de Roma à Síria em quinze dias. Agora,
se a pergunta é como os romanos construíram um império dessa grandeza, dá uma
olhada nessa reconstituição produzida pela HBO.
Agora,
fiquem atentos, pois o centurião apita e gira a cabeça a fim de sinalizar aos
legionários o revezamento na batalha. Assim, os homens que estão descansados,
protegidos dentro do batalhão e, digamos, inspirados pelo espírito de Dionísio,
isto é, de um bom vinho, tomariam a frente de batalha para impor a derrota ao
inimigo. Nesse caso, seriam os Asterix e Obelix do atual norte da França.
É, você
deve ter percebido que o espírito de corpo não era somente uma questão de
disciplina militar, mas também era uma questão de honra e de caráter cívico a
um bom cidadão romano. Claro, se o Pullo não for crucificado, no mínimo vai
tomar umas boas chicotadas... Mas o que importa para nós, é como essa abertura
dialoga com a questão
76 da FUVEST DE 2016. Vamos ao enunciado.
Nesse caso,
a FUVEST nos poupou de citações e foi tão pragmática quanto o espírito romano
na busca da identificação dos custos da máquina pública romana. Então,
vejamos as alternativas:
A LETRA A não responde a questão por
um motivo muito simples: “patrícios” é uma categoria utilizada para designar os
bem nascidos, aquelas pessoas que ou tinham terra, ou tinham sobrenome ou ambos;
A LETRA B está fora de cogitação: no
mundo antigo, a tal assistência e previdência ficavam por conta das famílias. Portanto,
um bom romano tratava de arrumar um bom casamento, com pessoas de sobrenome de
reputação...
A LETRA C vai na contramão da história:
os romanos eram muito eficientes na tributação direta e indireta dos impostos. À
medida que o império se expande, ele promovia constantes recenseamentos e
contratavam os chamados “públicos”, funcionários responsáveis pela coleta dos
impostos ligados às propriedades fundiárias, atividades comerciais, casamentos,
transportes, correios, enfim... tudo era taxado.
A LETRA D... Bem, convenhamos, está
completamente fora de cogitação, afinal o Estado Romano sequer conhecia a ideia
de welfare state!
A LETRA E está correta, afinal, além
de geniais na metalurgia, no Direito, na latinização dos povos, os romanos
também foram geniais na administração pública que garantiu a solidez da Pax Romana.
Vamos voltar à série Roma e ver como isso começava;
PAX ROMANA
A série
“Roma”, da HBO, durou duas temporadas e reconstitui os eventos desde a crise da
República até a chegada de Otávio Augusto ao poder e o início do Império. Sim,
vale assistir, afinal há momentos de requinte na reconstrução de eventos como o
relacionamento de Marco Antônio com Cleópatra e o assassinato de César. Além
disso, você terá um excelente retrato da paisagem urbana do mundo romano.
No mais,
esperamos que tenham conhecido um pouco mais de Roma e fiquem conosco.
Abraços e
até a próxima!
Profábio
Nenhum comentário:
Postar um comentário