terça-feira, 17 de maio de 2016

CUBA na FUVEST de 2015


De certo que você já estudou a chamada Guerra Fria. Os manuais de História costumam apresentá-la como um ‘período histórico de tensões ideológicas entre as duas maiores potências do mundo’. Elas não se enfrentaram frontalmente, mas transferiram as suas rivalidades ao hemisfério sul. Pode-se dizer que o que estava em jogo era a substituição da diplomacia tradicional pela lógica bélica: ou você é “amigo” ou você é “inimigo”. O importante não era atacar, mas garantir constantemente a ameaça do ataque. Sendo assim, algumas vidas passaram a valer menos, para que outras valessem a pena serem vividas. Como por exemplo, a dos cubanos. A Guerra Fria na FUVEST, este será o nosso tema de hoje.

A GUERRA QUENTE
Como vocês sabem, na verdade, a Guerra Fria foi uma guerra quente, pois foram inúmeros as guerras civis e crises sociais envolvidas naquelas disputas ideológicas: desde a Guerra do Vietnã, os processos de independências de Angola e Moçambique e as ditaduras latino-americanas. Bom, aqui eu vou dar a um dos arquitetos desses conflitos, o secretário de Estado dos EUA, Robert McNamara.
Se me permite, vou tentar traduzir o McNamara: de certa forma, ele está dizendo que um dos pontos fundamentais da guerra fria foi o fato desses países centrais transformarem a geopolítica num poderoso instrumento de política: o Estado-Nação forte não era aquele capaz de manter o seu povo em paz, ao contrário: ele também teria que ser capaz de promover a guerra constante contra os outros estados nacionais.
Acontece que nem todas as guerras foram bélicas, algumas foram econômicas. A exemplo do embargo econômico imposto pelos EUA à Cuba após a revolução nacionalista de 1959. Como você sabe, os Estados Unidos rompem as reações diplomáticas com a ilha em janeiro de 1961 que, por sua vez, passou a contar com o apoio ideológico e econômico da antiga União Soviética, que deu longa vida a regime autoritário.

A GUERRA QUENTE
Bom, a nossa pergunta então passa a ser a seguinte: o que resta da guerra fria? A resposta não seria fácil, nem única. Mas nós podemos dizer que se ontem, na guerra fria, a guerra era a extensão da política por outros meios, hoje a economia é a extensão da guerra por outros meios. E isto nos leva à questão 65 da prova da FUVEST realizada em 29/11/2015.


A questão exige que o candidato esteja atento às atualidades, afinal desde o famoso dia “17-D”, isto é, 17/12/14, os EUA e Cuba estão retomando seus vínculos diplomáticos, como revela a charge de maneira bastante esclarecedora. Portanto, isto nos leva à letra “D” como correta. Afinal...
ü  A “LETRA A” ainda não ocorreu, apesar da visita de Obama à ilha. O fim do embargo depende do Congresso norte-americano, e o que o Obama tem feito é criar vínculos econômicos nesta direção;
ü  A “LETRA B” não está em questão, afinal Guantánamo também envolve questões jurídicas, afinal é reserva carcerária dos EUA;
ü  A “LETRA C”... Bom, na verdade, o petróleo cubano se chama açúcar. Ou tabaco;
ü  A “LETRA E”, assim como a letra “B” envolve um problema além da diplomacia, e isto será um problema para a Srta. Clinton. Ou para o Trump.

Bom, esperamos que vocês tenham conhecido um pouco mais sobre a guerra fria e o que resta dele em nosso mundo contemporâneo. Não posso deixar de dizer que o papa Francisco teve e tem tido um papel fundamental nessa aproximação diplomática. Não à toa, ele é chamado de pontífice: “aquele que constrói pontes”, E penso que seja possível dizer que muitos cubanos têm levantado as mãos para o céu pelo papa, afinal a vida na ilha nunca foi fácil....
Abraços e até a próxima!

Profábio

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