De certo
que você já estudou a chamada Guerra Fria. Os manuais de História costumam
apresentá-la como um ‘período histórico de tensões ideológicas entre as duas
maiores potências do mundo’. Elas não se enfrentaram frontalmente, mas
transferiram as suas rivalidades ao hemisfério sul. Pode-se dizer que o que estava em jogo era a substituição da
diplomacia tradicional pela lógica bélica: ou você é “amigo” ou você é
“inimigo”. O importante não era atacar, mas
garantir constantemente a ameaça do ataque. Sendo
assim, algumas vidas passaram a valer menos, para que outras valessem a pena
serem vividas. Como por exemplo, a dos cubanos. A Guerra Fria na FUVEST, este
será o nosso tema de hoje.
A GUERRA QUENTE
Como vocês
sabem, na verdade, a Guerra Fria foi uma guerra quente, pois foram inúmeros as
guerras civis e crises sociais envolvidas naquelas disputas ideológicas: desde
a Guerra do Vietnã, os processos de independências de Angola e Moçambique e as
ditaduras latino-americanas. Bom, aqui eu vou dar a um dos arquitetos desses
conflitos, o secretário de Estado dos EUA, Robert McNamara.
Se me
permite, vou tentar traduzir o McNamara: de certa forma, ele está dizendo que
um dos pontos fundamentais da guerra fria foi o fato desses países centrais
transformarem a geopolítica num poderoso instrumento de
política: o Estado-Nação forte não era aquele capaz de manter o seu povo em
paz, ao contrário: ele também teria que ser capaz de promover a guerra
constante contra os outros estados nacionais.
Acontece
que nem todas as guerras foram bélicas, algumas foram econômicas. A exemplo do
embargo econômico imposto pelos EUA à Cuba após a revolução nacionalista de 1959.
Como você sabe, os Estados Unidos rompem as reações diplomáticas com a ilha em
janeiro de 1961 que, por sua vez, passou a contar com o apoio ideológico e
econômico da antiga União Soviética, que deu longa vida a regime autoritário.
A GUERRA QUENTE
Bom, a
nossa pergunta então passa a ser a seguinte: o que resta da guerra fria? A
resposta não seria fácil, nem única. Mas nós podemos dizer que se ontem, na
guerra fria, a guerra era a extensão da política por outros meios, hoje a
economia é a extensão da guerra por outros meios. E isto nos leva à questão 65
da prova da FUVEST
realizada em 29/11/2015.
A questão
exige que o candidato esteja atento às atualidades, afinal desde o famoso dia
“17-D”, isto é, 17/12/14, os EUA e Cuba estão retomando seus vínculos
diplomáticos, como revela a charge de maneira bastante esclarecedora. Portanto,
isto nos leva à letra “D” como correta. Afinal...
ü A “LETRA A” ainda não ocorreu, apesar
da visita de Obama à ilha. O fim do embargo depende do Congresso
norte-americano, e o que o Obama tem feito é criar vínculos econômicos nesta
direção;
ü A “LETRA B” não está em questão,
afinal Guantánamo também envolve questões jurídicas, afinal é reserva
carcerária dos EUA;
ü A “LETRA C”... Bom, na verdade, o
petróleo cubano se chama açúcar. Ou tabaco;
ü A “LETRA E”, assim como a letra “B”
envolve um problema além da diplomacia, e isto será um problema para a Srta.
Clinton. Ou para o Trump.
Bom, esperamos
que vocês tenham conhecido um pouco mais sobre a guerra fria e o que resta dele
em nosso mundo contemporâneo. Não posso deixar de dizer que o papa Francisco
teve e tem tido um papel fundamental nessa aproximação diplomática. Não à toa,
ele é chamado de pontífice: “aquele que constrói pontes”, E penso que seja
possível dizer que muitos cubanos têm levantado as mãos para o céu pelo papa,
afinal a vida na ilha nunca foi fácil....
Abraços e
até a próxima!
Profábio
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