A FUVEST E A CULTURA AFRICA-BRASIL
Vamos
direto ao assunto: nós somos uma sociedade racista? (MAGNOLI de 7’36” a 8’17”)
Em seu livro, “Uma gota de sangue”, o professor Magnoli pode te falar mais a
respeito da história comparada do racismo nos EUA e no Brasil. Ou então, você
pode dar um pulo no cinema brasileiro mesmo para compreender isso melhor com
seus próprios olhos (Ó
PAI Ó de 1’05” a 1’30”). Bem, voltemos à FUVEST de 2016.
NEGRA HISTÓRIA
Em 2003, o Governo Lula encampou uma
reivindicação histórica do movimento negro: o ensino da história e da cultura
afro-brasileira e africana com a aprovação da Lei 10.639. A partir dessa lei,
as escolas de ensino fundamental e médio e outras instituições brasileiras encararam
a importância de se atualizar e valorizar as matrizes africanas que formam a
diversidade cultural brasileira.
Oras, a importância disso está no filme que
acabamos de ver, ou seja, na necessidade de saber como localizar e enfrentar o preconceito
e a discriminação racial no Brasil. Claro que é bem provável que, alguns aqui
entre nós, pensem que estou defendendo o Governo Lula e comecem a reclamar de
doutrinação e esses mimimis cafonas e digam que esse papo de preconceito também
se resolve na economia.
Veja, penso que não seja bem o caso, porque
estamos tratando do reconhecimento e da afirmação de tradições culturais que, segundo
o IBGE, fazem com que cerca de 90 milhões de brasileiros optem por se auto
afirmarem “pardos”. Ou seja, me parece que se nós não fazemos parte da cultura
afro, ela ao menos está entre nós.
Tanto é assim que os vestibulares têm dialogado cada vez mais com
referências afro-brasileiras ou africanas, tal como o livro Terra Sonâmbula do
moçambicano Mia Couto, que é a sua leitura obrigatória para a UNICAMP, certo? E
o livro Mayombe, do ex-guerrilheiro “Pepetela”, que é exigido pela FUVEST. Como você sabe, Pepetela é o condinome de
guerra de Marcos Pestana que vai te narrar os dramas individuais dos
combatentes do MPLA. Pois é, MPLA que você já ouviu na canção “Morena de
Angola”, que Chico Buarque compôs para Clara Nunes em 1980 e que fala de uma
morena que, quem sabe, não fica afoita para dançar nas chamas da batalha”. de
Angola. Bem, como se lê, afro-brasilidade
se tornou uma linguagem corrente entre nós, então vamos ao enunciado da questão
78 da prova da FUVEST de 2016
ü Pode-se dizer que a questão só lhe
exige bom senso e praticidade para reconhecer que a alternativa C é aquela
que contempla o enunciado ao citar os países lusófonos. Aliás, são os mesmos
países citados na música “Zumbi”, lançada numa versão acústica por Jorge Ben no
disco Tábua de Esmeralda em 1974. Vale a pena conhecer;
ÁFRICA É AQUI
Antes de terminar, vale
convidar vocês para conhecer o nosso spotify, pois lá você vai encontrar uma
série de trilhas sonoras ligadas às humanidades. E por lá você também encontra
outro discaço do Jorge Bem, o “África Brasil” que completa 40 anos de idade
neste 2016.
Dou três
motivos porque você tem que conhecer esse disco: 1º) Porque nele Jorge deixa o
violão e opta pela guitarra e pela cozinha africana para mergulhar, de vez, na
MPB; 2º) Porque sendo você vestibulando ou estudante, você tem que ter
repertório cultural; 3º) Porque Jorge é mestre;
Abraços e
até a próxima!
Profábio
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