A UEM E DURKHEIM
Eu e você
sabemos que a Sociologia é filha da sociedade industrial do século 19, certo? Além
disso, sabemos que lá nas suas origens, entre Durkheim e Weber, a grande
questão da Sociologia era tratar de compreender as engrenagens e o
desenvolvimento de uma sociedade tal como essa que vemos no filme do brasileiro
Leon Hirzman. Siderurgia, linha de produção e classe operária:
eis três elementos fundamentais da modernidade que estimularam o
desenvolvimento da Sociologia. Como veremos em Durkheim na UEM.
DURKHEIM E O PROGRESSO
É provável que você já tenha ouvido isso que vou dizer, mas como estudo
também envolve repetição, vamos lá: Emile Durkheim é considerado o fundador das
Ciências Sociais, pois esse professor universitário desenvolveu um método de
observação e de investigação sociais a fim de estudar as recorrências na
sociedade. Dessa forma, a sociologia passa a ter um objeto de estudo, os fatos sociais, e um método de intervenção a fim de garantir a ordem e o progresso sociais.
Pois é, costuma-se dizer que a sociologia durkheimiana
traz como referências o positivismo de Augsute Comte e a perspectiva
evolucionista de Darwin. Isso significa dizer que, em Durkheim, só nos
interessa estudar aquilo que é exterior e anterior aos indivíduos e, portanto é
mais forte do que eles: os fatos sociais, tais como a família, a religião e as
tradições. Sim, a perspectiva durkheimiana é conservadora.
Por outro lado, pode-se que nele se encontra uma
confusão entre desenvolvimento tecnológico e progresso moral, ou seja, existe
uma perspectiva evolucionista à medida que se encara a divisão social do
trabalho como um triunfo da civilização europeia diante de outras sociedade
ditas periféricas que ainda seriam marcadas por uma divisão sexual do trabalho.
Oras, deveria ser o máximo ter a seguinte paisagem social.
Se você fosse um francês/a do século 19, você compraria
fácil essa ideia positivista. Mas como você é um latino-americano/a do século
21, é provável que você chame isso de
“eurocentrismo”. Bem, sendo assim vamos à questão 01 da prova da UEM
de inverno de 2016.
Como já
comentamos aqui, a UEM nos traz uma prova técnica, fria e conceitual: ou você
conhece bem os cabeças ou... não. Aqui não há contexto, não há charges e nem
músicas pop: deixe isso pro ENEM, ok? Como se lê, o autor enfatiza como
Durkheim privilegia a especialização profissional é um fator de desenvolvimento
histórico, pois ela gera, estimula a reciprocidade, a mutualidade entre as
pessoas de maneira que a sociedade se torna cada vez mais amalgamada, mais
unida, mais coesa. Sendo assim, vejamos qual será a nossa somatória
ü A NÚMERO 01 é adequada porque em
Durkheim os fatores individuais valem menos diante das questões macros,
estruturais e de longa duração, tais como a moral coletiva;
ü A NÚMERO 02 também é adequada, mas
aqui precisaríamos de mais uma aula somente para tratar do tema “suicídio” em
Durkheim. Por ora, vale dizer que ele considerou a hipótese dos suicídios
manterem íntima relação com a crise dos valores morais, econômicos e nacionais,
ou seja, coletivos;
ü A NÚMERO 04 não é adequada, oras, esse
papo de “classe social” é próprio de uma sociologia marxista;
ü A NÚMERO 08 é positivista, ops,
durkheimiana: você já se perguntou se o lema da bandeira é um reflexo da
sociedade brasileira? Ou vice-versa?
ü A NÚMERO 16 não nos é adequada porque
as questões individuais e subjetivas estão fora do horizonte do enunciado.
Leia-se: em Durkheim você é o que fizeram de você.
ü PORTANTO, A SOMATÓRIA É 1+2+8: 11
POSITIVISMO E DARWINISMO SOCIAL
Para
encerrar, vale enfatizar que a perspectiva positivista encara como a sociedade
foi para dizer e valorizar como a sociedade é. Explico: “positiva” é a ordem, a
regra, a norma, a lei. Por isto falamos então de gadgets: dispositivo é tudo
aquilo que captura, disciplina, domestica e adestra corpos, emoções, hábitos e
costumes.
Dessa
forma, que tal jogar um pouco dessa luz durkheimiana sobre os nossos ditados
populares. Que tal: “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”? Ou então, “farinha
pouca, o meu pirão primeiro”. Oras, se
eles atravessaram o túnel do tempo e ainda são presentes, talvez ainda tenham
muito a dizer sobre eu e vocês, brasileiros e brasileiras, certo?
Bem,
esperamos que continuem conosco, afinal “quem puxa aos seus, não degenera”.
Abraços e
até a próxima!
Profábio
Obrigado
ResponderExcluirParabéns prof. Fábio! No primeiro momento já fiquei maravilhado... de ver seus conteúdos no youtube, agora mais no seu blog, sensacional...
ResponderExcluirParabéns prof. Fábio! No primeiro momento já fiquei maravilhado... de ver seus conteúdos no youtube, agora mais no seu blog, sensacional...
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