quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A UEM E DURKHEIM

A UEM E DURKHEIM

Eu e você sabemos que a Sociologia é filha da sociedade industrial do século 19, certo? Além disso, sabemos que lá nas suas origens, entre Durkheim e Weber, a grande questão da Sociologia era tratar de compreender as engrenagens e o desenvolvimento de uma sociedade tal como essa que vemos no filme do brasileiro Leon Hirzman. Siderurgia, linha de produção e classe operária: eis três elementos fundamentais da modernidade que estimularam o desenvolvimento da Sociologia. Como veremos em Durkheim na UEM.

DURKHEIM E O PROGRESSO
É provável que você já tenha ouvido isso que vou dizer, mas como estudo também envolve repetição, vamos lá: Emile Durkheim é considerado o fundador das Ciências Sociais, pois esse professor universitário desenvolveu um método de observação e de investigação sociais a fim de estudar as recorrências na sociedade. Dessa forma, a sociologia passa a ter um objeto de estudo, os fatos sociais, e um método de intervenção a fim de garantir a ordem e o progresso sociais.
Pois é, costuma-se dizer que a sociologia durkheimiana traz como referências o positivismo de Augsute Comte e a perspectiva evolucionista de Darwin. Isso significa dizer que, em Durkheim, só nos interessa estudar aquilo que é exterior e anterior aos indivíduos e, portanto é mais forte do que eles: os fatos sociais, tais como a família, a religião e as tradições. Sim, a perspectiva durkheimiana é conservadora.
Por outro lado, pode-se que nele se encontra uma confusão entre desenvolvimento tecnológico e progresso moral, ou seja, existe uma perspectiva evolucionista à medida que se encara a divisão social do trabalho como um triunfo da civilização europeia diante de outras sociedade ditas periféricas que ainda seriam marcadas por uma divisão sexual do trabalho. Oras, deveria ser o máximo ter a seguinte paisagem social.
Se você fosse um francês/a do século 19, você compraria fácil essa ideia positivista. Mas como você é um latino-americano/a do século 21, é provável que  você chame isso de “eurocentrismo”. Bem, sendo assim vamos à questão 01 da prova da UEM de inverno de 2016

Como já comentamos aqui, a UEM nos traz uma prova técnica, fria e conceitual: ou você conhece bem os cabeças ou... não. Aqui não há contexto, não há charges e nem músicas pop: deixe isso pro ENEM, ok? Como se lê, o autor enfatiza como Durkheim privilegia a especialização profissional é um fator de desenvolvimento histórico, pois ela gera, estimula a reciprocidade, a mutualidade entre as pessoas de maneira que a sociedade se torna cada vez mais amalgamada, mais unida, mais coesa. Sendo assim, vejamos qual será a nossa somatória
ü  A NÚMERO 01 é adequada porque em Durkheim os fatores individuais valem menos diante das questões macros, estruturais e de longa duração, tais como a moral coletiva;
ü  A NÚMERO 02 também é adequada, mas aqui precisaríamos de mais uma aula somente para tratar do tema “suicídio” em Durkheim. Por ora, vale dizer que ele considerou a hipótese dos suicídios manterem íntima relação com a crise dos valores morais, econômicos e nacionais, ou seja, coletivos;
ü  A NÚMERO 04 não é adequada, oras, esse papo de “classe social” é próprio de uma sociologia marxista;
ü  A NÚMERO 08 é positivista, ops, durkheimiana: você já se perguntou se o lema da bandeira é um reflexo da sociedade brasileira? Ou vice-versa?
ü  A NÚMERO 16 não nos é adequada porque as questões individuais e subjetivas estão fora do horizonte do enunciado. Leia-se: em Durkheim você é o que fizeram de você.
ü  PORTANTO, A SOMATÓRIA É 1+2+8: 11

POSITIVISMO E DARWINISMO SOCIAL
Para encerrar, vale enfatizar que a perspectiva positivista encara como a sociedade foi para dizer e valorizar como a sociedade é. Explico: “positiva” é a ordem, a regra, a norma, a lei. Por isto falamos então de gadgets: dispositivo é tudo aquilo que captura, disciplina, domestica e adestra corpos, emoções, hábitos e costumes.
Dessa forma, que tal jogar um pouco dessa luz durkheimiana sobre os nossos ditados populares. Que tal: “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”? Ou então, “farinha pouca, o meu pirão primeiro”.  Oras, se eles atravessaram o túnel do tempo e ainda são presentes, talvez ainda tenham muito a dizer sobre eu e vocês, brasileiros e brasileiras, certo?
Bem, esperamos que continuem conosco, afinal “quem puxa aos seus, não degenera”.
Abraços e até a próxima!

Profábio

3 comentários:

  1. Parabéns prof. Fábio! No primeiro momento já fiquei maravilhado... de ver seus conteúdos no youtube, agora mais no seu blog, sensacional...

    ResponderExcluir
  2. Parabéns prof. Fábio! No primeiro momento já fiquei maravilhado... de ver seus conteúdos no youtube, agora mais no seu blog, sensacional...

    ResponderExcluir