quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A UNESP E O LIBERALISMO

A UNESP E O LIBERALISMO 

                Hoje vamos de tratar de liberalismo na prova da Unesp. E pra apresentar esse tema, eu gostaria de deixar vocês com uma senhora bem interessante, a Maria Pia, uma das várias personagens de Eduardo Coutinho em seu filme Edifício Master. Saca só: MARIA PIA. “Honra, vergonha, ignorância e pobreza de espírito”, eis uma série de valores em torno de uma atividade que eu e vocês chamamos de trabalho. Bem, você já deve ter notado que ela não está nessa vida a passeio, e por isso mesmo ela vai nos acompanhar em nosso raciocínio sobre o liberalismo.

LIBERALISMO
Antes de tratar da Declaração de Independência dos Estados Unidos, vale lembrar um pouquinho da história moderna das treze colônias antes de seguirmos com a questão.  Aqui você deve se lembrar que o vestibular vai exigir que você reconheça as diferenças entre a chamada colonização de exploração e a de povoamento.
A colonização de exploração diz como países de espírito católico, ou seja, os países ibéricos como Portugal e Espanha, mantiveram relações econômicas e políticas verticais com regiões de matriz tropicais. Isso significa que o propósito era manter uma relação burocrática centralizadora e práticas mercantilistas extrativistas, sejam agrícolas ou metalistas.
Por sua vez, a chamada colonização de povoamento trata das relações de países de espírito protestante com regiões coloniais que propiciavam um estilo de vida semelhante ao da metrópole. Nesse sentido, o estilo de vida e o ritmo de trabalho nas treze colônias inglesas foram forjados em torno da crença em valores como individualidade, trabalho e austeridade. Bem, o resto da história você já conhece: após uma forte crise econômica na Guerra dos Sete Anos, a coroa inglesa decide arrochar o fisco sobre as colônias.
Elas até estavam dispostas a negociar desde que obtivessem representação política no Parlamento Inglês, aquele consolidado na Revolução Gloriosa de 1688. Porém, sem negociação, puderam contar com o apoio militar da Espanha e França e com o apoio dos escritos de um importante teórico chamado John Locke para quebrar o monopólio inglês. E aí, ‘bora conferir o enunciado da questão 37 da Unesp de meio de ano de 2016

Como você pode notar, a Declaração norte-americana incorpora e dá publicidade aos valores iluministas ao defender que o contrato social envolve um consentimento entre indivíduos particulares em nome de valores como a liberdade, a felicidade e a segurança... Particulares. Nesse sentido, aqui você vai encarar a sociedade não como um coletivo, mas como um grupo de indivíduos livres e competidores que gostam de celebrar acordos baseados na lei da oferta e da procura, tal como a MARIA PIA
E aí, que tal essa convicção no liberalismo econômico no andar debaixo da sociedade? Bora pra alternativas:
ü  A LETRA A está equivocada porque o liberalismo compreende que as melhores soluções sociais estão no livre comércio e não na intervenção econômica do Estado;
ü  A LETRA B também está equivocada porque a independência dos EUA é, justamente, a crise do mercantilismo, cujas práticas econômicas estão baseadas no monopólio metropolitano;
ü  A LETRA C responde a questão porque ela traduz e sintetiza o enunciado ao te propor que o iluminismo é sinônimo de afirmação da ideia de cidadania;
ü  A LETRA D está errada porque o seu enunciado é político, e não religioso
ü  A LETRA E também está equivocada porque foi o espírito protestante que estimulou o liberalismo;

LIBERAL CONSERVATIVE
Talvez seja interessante atualizar esse ideário liberal para hoje em dia. Esse espírito político desenhado pelo enunciado é, geralmente, chamado de “liberal conservative”, isso significa dizer que se somos lockeanos, tendemos a encarar que quanto menor a interferência do governo nos assuntos econômicos, mais quente o mercado, melhor a concorrência e, portanto, mais estímulos e oportunidades para as pessoas trabalharem.
Sendo assim, aqui você percebe que a melhor solução para as questões sociais não é a política, mas sim a economia. Pois é, eu aposto que você já viu esse espírito lockeano num outdoor qualquer de sua cidade com os dizeres “não pense em crise, trabalhe”. Agora, veja: não há nada de errado nesta mensagem, desde que você saiba que, sim, ela é tão ideológica quanto qualquer outra afirmação política.
Abraços e até a próxima!

Profábio

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